quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Estou...

Estou perdida e irremediavelmente apaixonada... Não consigo nem quero libertar-me desta aura de ilusão que me tem invadido... Só consigo pensar nele... Azul é o seu nome... Uma côr, um som, um rosto, um corpo, um brilho, uma luz, um sentimento que me invade o sonho... Um sonho cheio de saudades do que um dia foi ou do que não vai chegar a ser... Humm... Eu sei que é estranho mas estou apaixonada... Por um livro... O seu autor é Carlos Canto Moniz... Só me ocorre pensar no momento ideal para consumar esta paixão inebriante que me vai fustigando... Uma viagem de comboio, de Espinho a Vila Nova de Gaia... Entro no comboio e sento-me num banco sozinha... Abro o livro... À medida que vou aspirando cada página, sinto a luz do sol interromper-me, preenchendo cada espaço com uma breve luminosidade, a pouco e pouco crescente... Olho pela janela e vejo o mar, sempre o mar... O horizonte ao fundo, e, aqui tão perto, quase que passível de um mergulho, uma onda rebenta na praia reluzente... Um cheiro a maresia que me invade... Sinto a pele arrepiar-se à medida que me vou envolvendo na história e deixou-a transpirar para dentro de mim... Sim, transpirar, porque num movimento inverso, de fora para dentro...

1 comentário:

Leandertals disse...

Como é delicioso a paixão por um livro. Por aquele livro que te faz prender a atenção mesmo em condições em que o meio lhe impõe qualquer situação que lhe atrapalhe o raciocínio e a concentração. Pois quando isto ocorre, o livro já está dentro de nós mesmo ainda não completamente lido. Ele já está na nossa alma só burbulhando e aquecendo-nos por dentro a cada página que viramos.
O PENSANTE