sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Fé...

Sou uma pessoa muito sensível e há determinadas coisas que me comovem mas nem sempre preciso de o demonstar exteriormente... Sou uma pessoa de valores e atraem-me ao mesmo tempo as diferenças sócio-culturais entre as pessoas... Apesar de ter sido educada sob a religião católica, tentei sempre aproximar-me de outras religiões e outros modos de viver e pensar... No fundo, sempre busquei a tolerância e o respeito pela diferença...
Esta semana foi-me impossível afastar do tema relacionado com o falecimento da Irmã Lúcia, a última vidente e portadora do segredo de Fátima... Raras foram as ocasiões, à excepção das festas académicas, em que a Alta Coimbrã estava assim tão repleta de gente... Coimbra vive embuída do mito da Rainha Santa Isabel e ao mesmo tempo está indissociavelmente ligada à Irmã Lúcia por ela ter vivido no Carmelo de Santa Teresa, pelo que tal manifestação de pesar não era de estranhar...
Mais que isso, estive muito atenta aos documentários sobre o segredo de Fátima... Desde muito cedo, pus a minha fé em causa e fui-me apercebendo da alienação das pessoas pela sensação de poder e sobrevivência, ao mesmo tempo que ia tomando consciência de todas as teorias da conspiração que iam emergindo... Ultimamente, não posso esquecer o efeito que o livro "Código Da Vinci" teve em mim... Daí, a minha desconfiança para com as autoridades da Igreja, já que para com as autoridades estaduais, é manifestamente óbvia...
Pode-se dizer que me sinto muito ligada ao simbolismo e me interesse por temas como o paranormal, o imaginário, as coincidências, os duplos significados, os códigos... Eis uma coisa que me chamou a atenção num dos segredos de Fátima: o facto do atirador profissional de confissão muçulmana, que atentou contra o Papa João Paulo II em 1982 ter ficado profundamente impressionado quando o Papa, ao visitá-lo, lhe ter dito que a Nossa Senhora de Fátima o tinha salvo, de um tiro por todos considerado como fatal, já que para os Muçulmanos, Fátima tem o significado de filha de Maomé...
O que é certo e, não obstante o referido, é que, quer uma pessoa seja cristã, católica, de outra religião ou mesmo ateia, é impressionante reconhecer e apreciar o valor de uma qualquer manifestação de fé... Seja numa ideia, numa acção, num pensamento, numa forma de vida... Nem toda a gente tem a capacidade de acreditar e viver de acordo com aquilo que acredita, muitas vezes contra tudo e todos, sendo que muitos padecem nessa demanda...

2 comentários:

Anónimo disse...

Você é geminiana????

Leandertals disse...

Apesar de não pertencer ao cristianismo, já que minha infância se passou no japão, sempre tive curiosidade também de outras religiões, pricipalmente a religião católica, já que também compõe a nossa história. Ainda não li Código Da Vinci. Só alguns trechos de críticos e comentaristas e me identifiquei com vc ao afirmar sua afinidade com simbolismo e etc. Já leu o livro de James Redfield - As profecias celestinas-? Fala de coincidências, símbolos de manuscritos encontrados no Peru. Me ajudou a encarar a vida de outros olhos (obviamente, ficção à parte)...
Até mais.