domingo, maio 19, 2013

30 anos!!!

(...) Na verdade, fazer 30 anos não é para qualquer um. Fazer 30 anos é, de repente, descobrir-se no tempo. Antes, vive-se no espaço. Viver no espaço é mais fácil e deslizante. É mais corporal e objetivo. Pode-se patinar e esquiar amplamente.

Mas fazer 30 anos é como sair do espaço e penetrar no tempo. E penetrar no tempo é mister de grande responsabilidade. É descobrir outra dimensão além dos dedos da mão. É como se algo mais denso se tivesse criado sob a couraça da casca. Algo, no entanto, mais tênue que uma membrana. Algo como um centro, às vezes móvel, é verdade, mas um centro de dor colorido. Algo mais que uma nebulosa, algo assim pulsante que se entreabrisse em sementes.

Aos 30 já se aprendeu os limites da ilha, já se sabe de onde sopram os tufões e, como o náufrago que se salva, é hora de se autocartografar. Já se sabe que um tempo em nós destila, que no tempo nos deslocamos, que no tempo a gente se dilui e se dilema. Fazer 30 anos é como uma pedra que já não precisa exibir preciosidade, porque já não cabe em preços. É como a ave que canta, não para se denunciar, senão para amanhecer.

Fazer 30 anos é passar da reta à curva. Fazer 30 anos é passar da quantidade à qualidade. Fazer 30 anos é passar do espaço ao tempo. É quando se operam maravilhas como a um cego em Jericó.

Fazer 30 anos é mais do que chegar ao primeiro grande patamar. É mais que poder olhar pra trás. Chegar aos 30 é hora de se abismar. Por isto é necessário ter asas, e sobre o abismo voar.

Affonso Romano de Sant'Anna - A Mulher Madura

sábado, fevereiro 23, 2013

Ponto de vista do dia...

Uma criança não tem lugar num cemitério. Vidas que não tiveram a oportunidade de começar, perdas que devem ter despedaçado as almas dos pais. Todos aqueles corações partidos também estão ali enterrados, ao lado dos corpos minúsculos que os quebraram. (...) Anteriormente nunca achei as sepulturas macabras, nem particularmente deprimentes. Gosto das expressões de amor nas pedras, as declarações silenciosas da existência das pessoas, da sua importância. Quem sabe que sentimentos secretos jazem atrás das listas esculpidas de filhos, irmãos e cônjuges sobreviventes - ou se as recordações que tinham eram mesmo de amor. Mas há sempre a esperança de que cada vida passageira tivesse tido algum significado para aqueles que ficaram para trás; lançam um rasto vaporoso de influência e emoção, que se vai desvanecendo ao longo dos anos.

Katherine Webb - A herança

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Ponto de vista do dia...

- É sempre assim. Nós esperamos que as pessoas que podem responder às nossas perguntas morram e desapareçam, e só depois é que nos apercebemos de que tínhamos perguntas para lhes fazer (...)

Katherine Webb - A herança

domingo, janeiro 27, 2013

Ponto de vista do dia...

Já alguma vez se sentiram alheadas das vossas próprias vidas? Quantas vezes não faço um gesto como enfiar a chave na fechadura e quase não acredito que a porta e a vida são minhas?

Sheherazade Goldsmith apud Nicky Pellegrino - Os ingredientes do amor

sábado, janeiro 26, 2013

Ponto de vista do dia...

Era uma degradação rápida. O ultraje do colectivo liberta o indivíduo para cometer actos terríveis.

Sadie Jones - Conflito

sexta-feira, janeiro 25, 2013

Ponto de vista do dia...

Não tinha aliados. O seu país, a sua terra juvenil de hierarquias justas, fora derrotado. Já não tinha qualquer embaixador para enviar para outras paragens.
 
Sadie Jones - Conflito

domingo, dezembro 30, 2012

Ponto de vista do ANO...

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia; e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

sábado, agosto 06, 2011

Ponto de vista do dia...

Ao cabo e ao resto, não ia pagar os impostos. Haverá casos de pessoas incomodadas no domicílio, por não pagarem os impostos? Não é coisa que aconteça. Entregas uma prestação, um dobrozão, e depois deixam-nos tranquilos e durante algum tempo ninguém volta a falar no assunto. Um tipo como Partre pagaria impostos? É provável. Mas, vendo bem, sob o ponto de vista moral seria recomendável pagarmos impostos por haver a contrapartida, que é o direito de nos mandarem prender por haver outros a pagar impostos que servem para manter a polícia e os outros funcionários? É um círculo vicioso que se tem de quebrar. Deixemos todos de pagá-los durante muito tempo, e os funcionários morrerão definhados, e não voltará a haver guerra.

Boris Vian in A espuma dos dias

sexta-feira, agosto 05, 2011

Ponto de vista do dia...

(...) - Mas porque são a um tal ponto desdenhosos? - perguntou Chloé. - Trabalhar não é coisa assim tão boa...

- Disseram-lhes que é bom - respondeu Colin. - Em geral costuma achar-se que é bom. Mas a verdade é que ninguém pensa assim. Trabalha-se por hábito, justamente por não pensarmos nisso.

- De qualquer forma, é idiota fazer um trabalho que pode ser feito pelas máquinas.

- É preciso construir máquinas - disse Colin. - Quem o fará?

- Oh! Claro! - disse Chloé. - Para fazer um ovo é preciso uma galinha, e uma vez que haja galinha podemos ter uma porção de ovos. Portanto, mais vale começar pela galinha.

- Seria preciso saber o que impede a construção das máquinas - disse Colin. - É, com certeza, falta de tempo. As pessoas perdem tempo a viver, por isso já lhes não sobra nenhum para trabalhar.

- Não será antes o contrário? - disse Chloé.

- Não - disse Colin. - Se tivessem tempo para construir máquinas, depois já não seria preciso fazer mais nada. O que eu quero dizer é que trabalham para viver, em vez de trabalhar para construir máquinas, que iriam levá-los a viver sem trabalhar.




Boris Vian in A espuma dos dias

quinta-feira, agosto 04, 2011

Ponto de vista do dia...

O que me interesa não é a felicidade de todos os homens, mas de cada um em particular.

Boris Vian in A Espuma dos dias

quarta-feira, agosto 03, 2011

Ponto de vista do dia...

(...) poucas são as ilusões que tornam um homem livre de remorso, e uma delas é quando ele parte, convencido de que segue o seu destino.

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

terça-feira, agosto 02, 2011

Ponto de vista do dia...

(...) o destino por vezes corre por estradas já percorridas, e muitas vezes adopta um hábito.

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

segunda-feira, agosto 01, 2011

Ponto de vista do dia...

Quem parte sozinho pode contar muitas coisas a quem lhas perguntar e, se não acreditarem nele, só corre riscos por si mesmo.

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

domingo, julho 31, 2011

Ponto de vista do dia...

Sabe no que acredito? Acredito que a alma do homem acaba sempre por contrariar a vida que se escolheu; tenho a certeza absoluta disso, é uma questão de equilíbrios.

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

sábado, julho 30, 2011

Ponto de vista do dia...

Há uma grande diferença entre um desgosto cientificamente explicável e outro que ficará envolvido em mistério; o segundo é o que se transformará em obsessão, e as obsessões são o pior dos males.

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

sexta-feira, julho 29, 2011

Ponto de vista do dia...

Uma vez mais na escuridão, sempre como uma fuga clandestina. Dagoberto Babilonio não sabia que era essa a lei para quem parte errante, para abandonar um mundo e alcançar outro.

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

quinta-feira, julho 28, 2011

Ponto de vista do dia...

Com certeza sabes bem como surgem as obsessões, escavam lugares onde se metem e ali ficam muito tempo escondidas, até chegar a hora de despertarem.

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

quarta-feira, julho 27, 2011

Ponto de vista do dia...

Responde-me a isto, inglês, diz-me quanto dura uma guerra.não sabes, com tantas coisas em que pensas, nesta nunca pensaste, nem mesmo tu. Pois vou-te dizer, dura o tempo de uma bala, daquele que se destina a ti. O resto não é guerra, é só outra maneira de estar no mundo, que, se quisermos, é guerra, mas guerra de vida. Podemos dizer, filosoficamente, que a vida se divide em dois tipos de guerra: uma activa e outra passiva, guerra de vida e guerra de morte. (...) as verdadeiras guerras só os mortos as fizeram. (...) Os vivos participam apenas numa das muitas situações da vida, ao passo que a guerra, a guerra no sentido mais absoluto, é coisa definitiva; na guerra morre-se, de outro modo não é guerra, é outra coisa.

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

terça-feira, julho 26, 2011

Ponto de vista do dia...

(...) e compreendeu que a única guerra verdadeira é aquela que se trama contra nós mesmos, contra o mistério da vida e do destino (...)

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

segunda-feira, julho 25, 2011

Ponto de vista do dia...

Os anos correm e a vida é um sopro, não há nada que dure muito, todas as coisas se encaminham para o fim, e quando uma acaba começa outra, até que tu próprio acabas.

Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

domingo, julho 24, 2011

Ponto de vista do dia...

Alguma vez abandonou alguém? Na vida abandona-se sempre alguém, é difícil acertar o passo com os outros ou obrigá-los a acompanhar o nosso. O que nos falta na vida é o paralelamente.


Romana Petri in O fabuloso destino de Dagoberto Babilonio

segunda-feira, agosto 30, 2010

Ponto de vista do dia...

- Imagina um relógio… Um relógio que é preciso fazer parar. Tu e eu pará-lo-íamos como qualquer homem à martelada. A mulher não. Quando tem oportunidade, o que faz é desmontá-lo peça por peça. Tirar tudo cá para fora, de modo a que ninguém volte a ser capaz de o reconstruir. Que nunca mais volte a bater as horas… Valha-me Deus! Já as viste… Sim. Desmontam para sempre o mecanismo de homens capazes com um gesto, um olhar ou uma simples palavra.
Arturo Pérez-Reverte – O cemitério dos barcos sem nome

domingo, agosto 29, 2010

Ponto de vista do dia...

Diante da presença ameaçadora e mágica do mar omnipresente, dores, anseios, vínculos sentimentais, ódios e esperanças diluíam-se na esteira de espuma, enfraquecendo até parecerem distantes, sem sentido, porque o mar tornava os seres humanos egoístas e absortos em si mesmos. Havia coisas intoleráveis em terra, pensamentos, ausências, angústias, que só podiam suportar-se no convés de um barco. Nunca existiu analgésico tão potente como aquele. E ele tinha visto sobreviver, a bordo de barcos, homens que noutro lado teriam perdido para sempre a razão e a calma. Rumo, vento, ondulação, posição, singradura, sobrevivência; ali, só essas palavras significavam alguma coisa. Porque era verdade que a liberdade verdadeira, a única possível, a verdadeira paz de Deus, começava a cinco milhas da costa mais próxima.

Arturo Pérez-Reverte – O cemitério dos barcos sem nome

sexta-feira, agosto 27, 2010

Ponto de vista do dia...

No fim de contas, disse para consigo, talvez uma e outra sejam a mesma, e a vida dos homens gire sempre em torno de uma só mulher: aquela onde se resumem todas as mulheres do mundo, vértice de todos os mistérios e chave de todas as respostas. A que maneja o silêncio como ninguém, talvez por essa ser uma linguagem que, há séculos, fala na perfeição. A que possui a lucidez sábia de manhãs luminosas, de ocasos vermelhos e mares azul-cobalto, temperada de estoicismo, tristeza infinita e fadiga para as quais (…) uma única existência não basta. Era necessário, além disso e sobretudo, ser fêmea, mulher, para olhar com semelhante mistura de tédio, sabedoria e cansaço. Para dispor daquela penetração aguda como uma lâmina de aço, impossível de aprender ou de imitar, nascida de uma longa memória genética de vidas incontáveis, viajando como despojo de guerra no porão de naves côncavas e negras, com os músculos ensanguentados entre ruínas fumegantes e cadáveres, tecendo e desfazendo tapeçarias durante incontáveis Invernos, parindo homens para novas Tróias e esperando o regresso de heróis exaustos; de deuses com pés de barros a quem às vezes amava, amiúde temia e quase sempre, mais cedo ou mais tarde, desprezava.

Arturo Pérez-Reverte – O cemitério dos barcos sem nome

quinta-feira, agosto 26, 2010

Ponto de vista do dia...

(…) e disse para consigo que, por alguma estranha razão, os homens e as mulheres olham sempre primeiro para uma mulher bonita e depois desviam o olhar para o seu acompanhante de uma forma inquisitiva, para ver quem será aquele fulano. Como se quisessem comprovar que a sua aparência a merece, e que está à altura das circunstâncias.


Arturo Pérez-Reverte – O cemitério dos barcos sem nome

quarta-feira, agosto 25, 2010

Ponto de vista do dia...

Mas a vida não manobra com a precisão de um bom navio, e as amarras foram caindo ao mar pouco a pouco, embrulhando-se às vezes nas hélices, ou atraindo consequências.


Arturo Pérez-Reverte – O cemitério dos barcos sem nome

terça-feira, agosto 24, 2010

Ponto de vista do dia...

Porque não há listas de faróis, de perigos e de sinais para navegar terra adentro. Não há roteiros específicos, cartas actualizadas, cartas de baixos em metros ou braças, alinhamentos com este ou aquele cabo, bóias vermelhas, verdes ou amarelas, nem regulamentos de abordagem, nem horizontes limpos para calcular uma recta de altura. Em terra, navega-se sempre por estima, às cegas, e só é possível ver os recifes quando ouvimos o seu rumor a um cabo da proa e vemos clarear a escuridão na mancha branca do mar que quebra nas rochas à superfície da água. Ou quando ouvimos a rocha inesperada – todos os marinheiros sabem que existe uma rocha com o seu nome, espreitando em qualquer parte – a rocha assassina, cortar o casco com uma estridência que faz estremecer as anteparas, nesse momento terrível em que qualquer homem ao comando de barco prefere estar morto.


Arturo Pérez-Reverte – O cemitério dos barcos sem nome

segunda-feira, agosto 23, 2010

Ponto de vista do dia...

O mundo era uma estrutura muito complexa que só do mar se podia contemplar; e a terra firme só adquiria proporções tranquilizadoras de noite, durante o quarto de vigia, quando o timoneiro era uma sombra muda e das entranhas do barco chegava a trepidação suave das máquinas. Quando as cidades ficavam reduzidas a pequenas linhas de luzes na distância e a terra era a claridade trémula de um farol avistado na ondulação. Relâmpagos que alertavam, que repetiam sem parar: cuidado, atenção, mantém-te longe, perigo. Perigo.

Arturo Pérez-Reverte – O cemitério dos barcos sem nome

domingo, agosto 22, 2010

Ponto de vista do dia...

(…) porque é bom alguma coisa continuar imutável algures, enquanto as pessoas precisarem de traçar rumos sobre uma carta de navegação ou sobre a paisagem difusa de uma vida.

Arturo Pérez-Reverte – O cemitério dos barcos sem nome

sábado, agosto 21, 2010

Ponto de vista do dia

Não compreendia que as crianças não se assustam com histórias; que as vidas que levam estão repletas de coisas muito mais assustadoras do que as que os contos de fadas contêm.
Kate Morton - Jardim dos Segredos

sexta-feira, agosto 20, 2010

Ponto de vista do dia

- A memória é uma amante cruel com a qual todos temos de dançar.
Kate Morton - Jardim dos Segredos

quinta-feira, agosto 19, 2010

Ponto de vista do dia

A moral é bastas vezes a primeira vítima do progresso.

James Rollins - A ordem negra

quarta-feira, agosto 18, 2010

Ponto de vista do dia

- Muitas vezes é a loucura, mais que o génio, que faz avançar o mundo. Quem senão os loucos iria tão longe me busca do impossível? E, ao fazê-lo, provam ser possível o impossível.

James Rollins - A ordem negra

terça-feira, agosto 17, 2010

Ponto de vista do dia

A ciência não é um processo democrático.

James Rollins - A ordem negra

segunda-feira, agosto 16, 2010

Ponto de vista do dia

- É mais fácil justificar com loucura aquilo que a consciência nos pede para fazer mas o medo nos coíbe.

Sónia Louro - O cônsul desobediente

domingo, agosto 15, 2010

Ponto de vista do dia

Todos falhamos, porque não podemos ver a tapeçaria completa mas apenas os pequenos fios próximos de nós.

Barbara & Stephanie Keating - Um fogo eterno

sábado, agosto 14, 2010

Ponto de vista do dia

A aproximar-se do término da vida, porque haveria a cabeça da avó de retinir com as vozes das pessoas há muito desaparecidas? Seria sempre assim? Será que quem tem viagem marcada no navio silencioso da morte perscruta sempre a doca em busca dos rostos daqueles que partiram?

Kate Morton - Jardim dos Segredos

sexta-feira, agosto 13, 2010

Ponto de vista do dia

A perspectiva de uma morte prematura é aceite de formas diferentes por cada pessoa. Nalgumas, concede maturidade muito superior à idade e à experiência: uma aceitação tranquila floresce numa natureza bela e num semblante ameno. Noutras, contudo, permite a formação de uma fina camada de gelo em redor do coração. Esse gelo, ainda que por vezes seja ocultado, nunca derrete por completo.
Kate Morton - Jardim dos Segredos

quinta-feira, agosto 12, 2010

Ponto de vista do dia

Todas as pessoas são moldadas por elementos que não se podem controlar, traços herdados, traços aprendidos.
Kate Morton - Jardim dos Segredos

quarta-feira, agosto 11, 2010

Ponto de vista do dia

É possível sermos felizes mesmo quando abandonamos qualquer expectativa de controlo.
Kate Morton - Jardim dos Segredos

terça-feira, agosto 10, 2010

Ponto de vista do dia

Há muito tempo que ele próprio não tocava piano, não tinha alma para isso. A música era ineficaz quando uma pessoa tinha perdido a alma.
Elizabeth Edmondson - Uma villa em Itália

segunda-feira, agosto 09, 2010

Ponto de vista do dia

O Purgatório e não o Inferno? Não. Apenas parte do sofrimento geral da vida, o preço que se pagava por amar alguém.
Elizabeth Edmondson - Uma villa em Itália

domingo, agosto 08, 2010

Ponto de vista do dia

Queria (...) viver apenas o momento presente, a que a sua ama chamava o presente feliz. "O momento presente é o único que é teu", dizia ela, "por isso não desejes que passe nem te percas no ontem e no amanhã. O ontem passou e, quando o amanhã chegar, já é hoje."
Elizabeth Edmondson - Uma villa em Itália

sábado, agosto 07, 2010

Ponto de vista do dia

- Uma palavra tranquila a um homem sensato é melhor do que um ano de argumentação com um louco.
Noah Gordon - O médico de Ispahan "O Físico"

sexta-feira, agosto 06, 2010

Ponto de vista do dia

(...) e às coisas grandes convém sempre uma proporcionalidade ao meio que as revela, por isso nada melhor que a vida para o comprovar.
Carlos Canto Moniz - Mil

quinta-feira, agosto 05, 2010

Ponto de vista do dia

Digo-lhe apenas que a existência vai além, que a morte são apenas cinco letras, tão simplesmente uma palavra, um significado que os homens inventaram para dominar o que não podem explicar... Mil (...) mil abreviatura de milagre...
Carlos Canto Moniz - Mil

quarta-feira, agosto 04, 2010

Ponto de vista do dia

O importante é saber que há luzes que jamis se apagam, e a maré grande é o veículo...
Carlos Canto Moniz - Mil

terça-feira, agosto 03, 2010

Ponto de vista do dia

Sabiam que tinham entrado numa dimensão estranha, incógnita de limites ou referências, um espaço de luz que permitia a condescendência da escuridão, simultaneamente um absurdo emergente, que povoava o silêncio entre as palavras, povoando toda a grandiosidade oceânica.
Carlos Canto Moniz - Mil

segunda-feira, agosto 02, 2010

Ponto de vista do dia

Apeteceu-me oferecer-lhe tudo o que tenho, sabe?... mas é nessas ocasiões que às vezes percebemos que temos muito pouco além de uma palavra, e mesmo assim...
Carlos Canto Moniz - Mil

domingo, agosto 01, 2010

Ponto de vista do dia

(...) não fazendo ideia estar aquilo que procurava já algures distante, não se sabe onde - e acredite-se, não há maior lonjura que aquela da perdição.
Carlos Canto Moniz - Mil

sábado, julho 31, 2010

Ponto de vista do dia

(...) e esse jogo de correspondências espicaçando instintos onde as palavras não chegam, abrindo vulnerabilidades, expondo aquilo que entra e se entranha e que depois não se chega nunca a explicar...
Carlos Canto Moniz - Mil

domingo, janeiro 25, 2009

Jane Eyre

Como Edmund Burke disse "Quanto mais vigorosa a mente, mais violenta a paixão em que se deixa envolver"...

Assim, a memória inexorável das cenas desta série...

domingo, janeiro 11, 2009

...

"(...) Não importa sol ou sombra
Não importa o preto e branco
Que os meus sonhos são as cores
Todas juntas numa só (...)"

Delfins - A cor azul - Saber A Mar

domingo, novembro 02, 2008

E por vezes...

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos.

David Mourão-Ferreira

domingo, agosto 31, 2008

Ponto de vista do dia...

"Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo do silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem poder falar, do que se murmura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. É preciso sentir esse terror para saber o que é amar. E, quando tudo enfim desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto, por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

sábado, agosto 30, 2008

Ponto de vista do dia...

"A caridade é um luxo de ricos, um prazer exclusivo de quem nasceu rico. A consciência de quem nasceu pobre não se apazigua com essa facilidade: pelo contrário, só desassossega." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

sexta-feira, agosto 29, 2008

Ponto de vista do dia...

"Há decisões que se tomam e que se lamentam a vida toda e há decisões que se amarga o resto da vida não ter tomado. E há ainda ocasiões em que uma decisão menor, quase banal, acaba por se transformar, por força do desconhecido, numa decisão imensa, que não se buscava mas que vem ter connosco, mudando para sempre os dias que se imaginava ter pela frente. Às vezes, são até estes golpes do destino que se substituem à nossa vontade paralisada, forçando a ruptura que temíamos, quebrando a segurança morta em que habitávamos e abrindo as portas do desconhecido de que fugíamos." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

quinta-feira, agosto 28, 2008

Ponto de vista do dia...

"A arte, qualquer arte, não tem de servir um fim: a arte oferece-se a si mesma e esse é o seu fim natural." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

quarta-feira, agosto 27, 2008

Ponto de vista do dia...

"Sabes, tenho medo daquilo a que a gente se habitua." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

terça-feira, agosto 26, 2008

Ponto de vista do dia...

"Um quadro não se pinta só com o olhar, pinta-se também com os sentimentos, com a alma, com o estado de espírito, com os sonhos, os pesadelos, tudo isso. É o consciente e o inconsciente, o visível e o obscuro. É isso a arte moderna." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

segunda-feira, agosto 25, 2008

Ponto de vista do dia...

"(...) nasci tarde de mais para o desconhecido, cedo de mais para a lucidez." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

domingo, agosto 24, 2008

Ponto de vista do dia...

"Tenho medo de uma coisa que tu não temes: que, depois de conhecer a liberdade, de ter viajado e vivido em países livres, não me volte a habituar a viver de outra maneira. Tenho medo que a liberdade se torne um vício, enquanto que agora é apenas uma saudade." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

sábado, agosto 23, 2008

Ponto de vista do dia...

"À elite pertence-se, naturalmente, pelo berço e, a seguir, pelo mérito e pelo exemplo. Espero bem que tu, que és tão igualitário, o venhas a perceber por ti, porque, se o não perceberes, não vais pertencer a mundo nenhum: os iguais a ti desprezar-te-ão como um renegado e os de baixo não te reconhecerão como um dos seus." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

sexta-feira, agosto 22, 2008

Ponto de vista do dia...

"Aí tens o teu sufrágio universal: o povo vota em quem lhe mandarem os que ele respeita ou teme." Miguel Sousa Tavares in Rio das Flores

quinta-feira, agosto 21, 2008

Ponto de vista do dia...

"O coração não muda. Uma pessoa pode mentir, ter esperança, fingir para si próprio... mas, no fim, é possível escapar àquilo de que somos feitos?" Joanne Harris in Sapatos de Rebuçado

quarta-feira, agosto 20, 2008

Ponto de vista do dia...

"Lá fora, o vento matraqueia a tabuleta pintada de fresco e a chuva chia no empedrado das ruas, e Dezembro está prestes a chegar, há uma sensação de tamanha segurança e estabilidade que quase esqueço que as nossas paredes são de papel - as nossas vidas de vidro - que uma rajada de vento nos pode rachar, que uma tempestade de Inverno nos pode fazer ir pelos ares." Joanne Harris in Sapatos de Rebuçado

terça-feira, agosto 19, 2008

Ponto de vista do dia...

"(...) os maiores perigos nunca se fazem anunciar com pompa, antes aparecem pela calada, com insidiosa brusquidão, invisíveis e traiçoeiros." José Rodrigues dos Santos in O Sétimo Selo

segunda-feira, agosto 18, 2008

Ponto de vista do dia...

"O silêncio pode transformar-se num estrondo inaudito." Sveva Casati Modignani in Lição de Tango

domingo, agosto 17, 2008

Ponto de vista do dia...

"Eu conservo no coração a recordação de todos os meus mortos, que se calaram para sempre. Mas se escutar o silêncio, então ouço as suas vozes, as suas histórias, e parece que enlouqueço. É esta a vida que deixo entrar pela porta escancarada." Sveva Casati Modignani in Lições de Tango

sábado, agosto 16, 2008

Ponto de vista do dia...

"Riram-se, divertidos, conscientes de que, se o final risonho não existe, existe pelo menos um mundo risonho até se chegar à meta." Sveva Casati Modignani in Lições de Tango

sexta-feira, agosto 15, 2008

Ponto de vista do dia...

"(...) a imaginação depende da experiência, ou é a experiência que é influenciada pela imaginação?" Anita Shreve in Casamento em Dezembro

quinta-feira, agosto 14, 2008

Ponto de vista do dia...

"- A catástrofe é mesmo assim - (...) - É, com muita frequência, a mais democrática de todas as ocorrências." Anita Shreve in Casamento em Dezembro

quarta-feira, agosto 13, 2008

Ponto de vista do dia...

"- Uma calamidade, uma catátrofe... altera tudo, não é? Torna-nos conscientes de que não podemos ser indiferentes diante da nossa própria vida. Uma pessoa não pode renunciar pura e simplesmente à sua vida." Anita Shreve in Casamento em Dezembro

terça-feira, agosto 12, 2008

Ponto de vista do dia...

"- As coisas que não nos acontecem e que nunca saberemos que não nos aconteceram - (...) - As não-histórias." Anita Shreve in Casamento em Dezembro

segunda-feira, agosto 11, 2008

Ponto de vista do dia...

"Sabia agora que confessar uma coisa só servia para a tornar mais real." Anita Shreve in Casamento em Dezembro

domingo, agosto 10, 2008

Ponto de vista do dia...

"É no êxtase que germinam as sementes da perda." Anita Shreve in Casamento em Dezembro

sábado, agosto 09, 2008

Ponto de vista do dia...

"- Percebes, é assim que funciona. Por incrementos. Ao princícpio, uma pessoa tem grandes expectativas. Mas depois a vida, aos poucos, começa a perverter essas expectativas, a torná-las ingénuas ou idiotas." Anita Shreve in Casamento em Dezembro

sexta-feira, agosto 08, 2008

Ponto de vista do dia...

"Qual o interesse da ficção, interrogou-se (...) se não para alterar a realidade? Para reescrever a histórias? Para acalmar os nossos sonhos febris?" Anita Shreve in Casamento em Dezembro

quinta-feira, agosto 07, 2008

Ponto de vista do dia...

"- Num instante, uma cidade inteira foi arrasada. Quem imaginava que isso fosse possível? Porque é que o amor não há-de ser igualmente possível num breve instante?" Anita Shreve in Casamento em Dezembro

quarta-feira, agosto 06, 2008

Ponto de vista do dia...

"Não há dúvida de que a pátria é o gosto que nos deixam na boca os anos da infância." Amalia Decker Márquez in Tardes de chuva e chocolate

segunda-feira, maio 05, 2008

Ponto de vista do dia...

Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade. Miguel Torga

sábado, março 22, 2008

Dia mundial da poesia

É noite. A noite é muito escura. Numa casa a uma grande distância
Brilha a luz duma janela.
Vejo-a, e sinto-me humano dos pés à cabeça.
É curioso que toda a vida do indivíduo que ali mora, e que não sei quem é,
Atrai-me só por essa luz vista de longe.
Sem dúvida que a vida dele é real e ele tem cara, gestos, família e profissão.
Mas agora só me importa a luz da janela dele.
Apesar de a luz estar ali por ele a ter acendido,
A luz é a realidade imediata para mim.
Eu nunca passo para além da realidade imediata.
Para além da realidade imediata não há nada.
Se eu, de onde estou, só vejo aquela luz,
Em relação à distância onde estou há só aquela luz.
O homem e a família dele são reais do lado de lá da janela.
Eu estou do lado de cá, a uma grande distância.
A luz apagou-se.
Que me importa que o homem continue a existir?


Alberto Caeiro - É noite

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Ponto de vista do dia...

Não pequena coisa é trilhar um caminho seguro onde menos se tropece e mais facilmente se adiante. Rui Figueiredo Marcos in A História do Direito e o seu Ensino na Escola de Coimbra

quinta-feira, novembro 01, 2007

1 DE NOVEMBRO...

VIVER no coração dos que nos AMAM não é MORRER...

quinta-feira, outubro 11, 2007

Adeus?!

"...futuramente para estas folhas serão atirados factos sucessivos que se sucederão sucessivamente sem cessar, sem ordem nem desordem, mas num emaranhado constante!..."
Era assim que começa o blogue do Senhor Acácio Simões...

Um blogue feito no coração da Bairrada

Identificava-se como velho, cansado, gasto e agarrado às pantufas... Mas, na verdade, a sua alegria de viver e boa disposição desmentia-no com todas as letras...

Era quase meu vizinho, amigo e cliente dos meus pais, mas conheci-o virtualmente através do seu blogue...

Gabava-lhe a caligrafia cuidada... Já não se vê mais pessoas com essa qualidade...

Sempre me incentivou e motivou no meu percurso, facto pelo qual apenas posso estar grata...

Faleceu ontem

Senhor Acácio, onde quer que esteja, saiba que irá permanecer sempre na memória das pessoas que o conheceram...

Descanse em paz...

sexta-feira, setembro 21, 2007

Ponto de vista do dia...

Um corvo podia ser muitas coisas – criador, traiçoeiro – dependendo da forma que lhe apetecesse tomar. Mas quando descrevia um meio círculo e se voltava de cabeça para baixo, isso só podia significar uma coisa: estava a largar a sorte do seu dorso – poderia ser de qualquer um, bastava ver onde caía. Jodi Picoult in O décimo círculo

quinta-feira, setembro 20, 2007

Ponto de vista do dia...

O facto de escolhermos abandonar um lugar não significa que consigamos fugir sem o levar connosco. Um homem e uma mulher que vivam juntos o tempo suficiente podem trocar características, podem até encontrar partes de si próprios no outro. Se nos livrarmos de uma personalidade podemos descobrir que esta se instalou no coração da pessoa que mais amamos. Jodi Picoult in O décimo círculo

quarta-feira, setembro 19, 2007

Ponto de vista do dia...

A vida pode assumir diversas formas enquanto combatemos os nossos demónios. Mas se mudarmos ao mesmo ritmo que a pessoa que está ao nosso lado, nada mais importa. Tornamo-nos na constante do outro. Jodi Picoult in O décimo círculo

terça-feira, setembro 18, 2007

Ponto de vista do dia...

Quando um esquimó Yup'ik conhecia outra pessoa, desviava o olhar. Não era falta de respeito, muito pelo contrário. A vista deve ser guardada para os momentos em que precisamos realmente dela – quando estamos a caçar, quando precisamos de força. Só quando desviamos o olhar de uma pessoa é que temos a visão mais verdadeira. Jodi Picoult in O décimo círculo

segunda-feira, setembro 17, 2007

Ponto de vista do dia...

A semântica pouco importava quando sangrávamos entre as pernas, quando nos sentíamos como se nos tivessem quebrado de dentro para fora, quando nos tinham privado da liberdade de escolha. Jodi Picoult in O décimo círculo

domingo, setembro 16, 2007

Ponto de vista do dia...

Como é que dizemos a alguém que não somos a pessoa que pensa? E o mais importante, como lhe dizemos que tínhamos sido sinceros, quando tudo à nossa volta afinal era mentira? Jodi Picoult in O décimo círculo

sábado, setembro 15, 2007

Ponto de vista do dia...

E ele compreendeu, porque ele próprio o tinha sentido: por vezes, os nossos desejos tornam-se mesmo realidade. E por vezes, isso é a pior coisa que pode acontecer. Jodi Picoult in O décimo círculo

sexta-feira, setembro 14, 2007

Ponto de vista do dia...

Não era uma coincidência que o medo pudesse levar uma pessoa a extremos, tão facilmente como o amor. São os gémeos siameses da emoção: se não sabíamos o que poderíamos perder, não tínhamos nada por que lutar. Jodi Picoult in O décimo círculo

quinta-feira, setembro 13, 2007

Ponto de vista do dia...

Mas descobriu que apesar de tudo o que tinha acontecido, ainda tinha capacidade de fingir, de pensar que o seu futuro pudesse ser algo que nunca seria realmente. Jodi Picoult in O décimo círculo

quarta-feira, setembro 12, 2007

Ponto de vista do dia...

As pessoas movimentam-se demasiado depressa e falam de mais, e, quando damos por isso, voltam a correr para o lugar onde não querem estar, só que agora já não há sítio para fugir. Jodi Picoult in O décimo círculo

terça-feira, setembro 11, 2007

Ponto de vista do dia...

Não é o que não sabemos acerca das pessoas que amamos que nos choca; é o que não queremos admitir sobre nós próprios. Jodi Picoult in O décimo círculo

segunda-feira, setembro 10, 2007

Ponto de vista do dia...

(…) como se a vida fosse algo que se deitasse para dentro de um corpo, um recipiente que pudesse conter apenas uma determinada quantidade antes que as memórias flutuassem pelas janelas da consciência. Jodi Picoult in O décimo círculo

domingo, setembro 09, 2007

Ponto de vista do dia...

Talvez fosse preciso apercebermo-nos de que podíamos morrer para que deixássemos de o desejar. Jodi Picoult in O décimo círculo

sábado, setembro 08, 2007

Ponto de vista do dia...

- Porque é que achas que temos de falar para dizer alguma coisa? Jodi Picoult in O décimo círculo

sexta-feira, setembro 07, 2007

Ponto de vista do dia...

Ambos sabiam que os ciúmes podiam subir como uma maré, apagando os acontecimentos que tinham sido gravados na costa da nossa memória. Jodi Picoult in O décimo círculo

quarta-feira, setembro 05, 2007

Ponto de vista do dia...

Interrogou-se sobre qual seria o verdadeiro tamanho do mundo quando o atravessávamos, em vez de o percorrermos com um dedo no mapa. Jodi Picoult in O décimo círculo

terça-feira, setembro 04, 2007

Ponto de vista do dia...

(…) apercebeu-se de que havia um pecado que Dante não tinha contemplado, que merecia estar no mais profundo dos infernos. Se o pior pecado de todos era trair os outros, então e as pessoas que mentiam a si próprias? Jodi Picoult in O décimo círculo

segunda-feira, setembro 03, 2007

Ponto de vista do dia...

A tecnologia ajuda-nos a ser mais criativos na maneira como pecamos, mas isso não significa que o próprio pecado seja diferente. Jodi Picoult in O décimo círculo

domingo, setembro 02, 2007

Ponto de vista do dia...

Talvez a vida fosse apenas uma sucessão de lugares onde nos surpreendíamos a nós próprios continuamente. Jodi Picoult in O décimo círculo

sábado, setembro 01, 2007

Ponto de vista do dia...

Talvez as melhores decisões num casamento se baseassem não na sinceridade mas no número de baixas que a verdade podia causar, comparado com o número de salvamentos da ignorância. Jodi Picoult in O décimo círculo

sexta-feira, agosto 24, 2007

Finalmente, de volta...

Mas
haverá melhor porto
do que a chama
que nos aquece o peito
ao olharmos
com o abandono do sonho
as águas deste mar
de todos nós?

quinta-feira, abril 19, 2007

Azul...

Encontrei este blog e encantei-me por este post e adoptei o seguinte poema de Mário de Sá-Carneiro entitulado Quase:

Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho – ó dor! – quase vivido...

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entretanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo... e tudo errou...
— Ai a dor de ser — quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

Momentos de alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol — vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Um pouco mais de sol — e fora brasa,
Um pouco mais de azul — e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

segunda-feira, outubro 16, 2006

Ponto de vista do dia...

- Deus está no centro. Aí onde não há forma alguma, enm som, nem movimento. Quando ficares enjoada, senta-te, deixa de ter mexer, fica em silêncio e encontrarás nosso senhor, aí, no teu centro invisível, naquele que te une a ele. Somos como as contas do colar da criação e estamos unidos uns aos outros, cada um ocupando o lugar e o espaço que lhe corresponde. Quando alguém "puxa" para um lado mais do que a conta, altera toda a ordem dos céus e o céu abre-se, a terra abre-se. Quando alguém se separa, já não irá cair onde deveria cair, já não andará onde deveria andar, já não irá morrer onde deveria morrer porque o seu laço se quebrou, porque tudo faz parte do todo e tudo se repercute no todo. E por isso deus se entristece quando não o vemos, quando não o conhecemos, quando passamos a vida de costas voltadas para ele. in Malinche - Laura Esquivel

domingo, outubro 15, 2006

Ponto de vista do dia...

- E onde está deus? Como posso vê-lo? - perguntou a menina.
- Ver o que é invisível é complicado, mas deus sabe que aquele por quem se vive está no ar que respiramos, em cada gota de água, em cada corpo, em cada pedra, em cada planta, em cada animal, em todas as formas da sua criação. No centro, no invisível de todos eles, é aí que se encontra. in Malinche - Laura Esquivel

sábado, outubro 14, 2006

Ponto de vista do dia...

Um corpo imóvel limita-se a si próprio, um corpo em movimento expande-se, torna-se parte do todo, mas é preciso saber andar com ligeireza, sem cargas pesadas. Andar enche-nos de energia e transforma-nos para podermos ver o segredo das coisas. Andar transforma-nos em borboletas que se elevam e vêe realmente o mundo tal como é. A vida tal como é. O nosso corpo tal como é. É a eternidade da consciência. É a compreensão de todas as coisas. Isso é deus em nós mas, se quiseres, podes ficar sentada e transformar-te em pedra. in Malinche - Laura Esquivel

sexta-feira, outubro 13, 2006

Ponto de vista do dia...

- A vida oferece-nos sempre duas possibilidades: o dia e a noite; a águia ou a serpente; a construção ou a destruição; o castigo ou o perdão. Mas há sempre uma terceira possibilidade oculta que unifica as duas, descobre-a. in Malinche - Laura Esquivel

quinta-feira, outubro 12, 2006

Ponto de vista do dia...

A saliva é água sagrada que o coração cria. A saliva não deve gastar-se em palavras inúteis porque então estaremos a desperdiçar a água dos deuses e olha, vou dizer-te uma coisa que não deves esquecer: se as palavras não servirem para humedecer nos outros a lembrança e conseguir que aí floresça a memória de deus, não servem para nada. in Malinche - Laura Esquivel

quarta-feira, outubro 11, 2006

Ponto de vista do dia...

Presenciar o mistério da vida era suficientemente impressionante para evitar pensar na morte, em qualquer uma das suas manifestações: o abandono, a perda, o desaparecimento. in Malinche - Laura Esquivel

terça-feira, outubro 10, 2006

Ponto de vista do dia...

No meio das tempestades, os peixes não procuram fugir do oceano. São mais sábios. Mergulham nas profundezas. in O desejado - Aydano Roriz

segunda-feira, outubro 09, 2006

Ponto de vista do dia...

É o destino da beleza que tem a respiração imperceptível de uma flor que morre. Todas as coisas belas acabam. in Uma chuva de diamantes - Sveva Casati Modignani

domingo, outubro 08, 2006

Ponto de vista do dia...

E a previsibilidade, toda a gente sabe, tira o sabor de qualquer paixão. E que não venham confundir amor com paixão. Paixão é como essas ervas do campo, que explodem em flor em épocas sazonais. Pela vitalidade e variação de tons, tornam-se inebriantes. Pena que definham e morrem à primeira estiagem. O amor não. O amor é como uma árvore frondosa, de semente difícil de vingar. Cresce aos poucos, mas com raízes profundas. E tão fundo vão as raízes que, ainda que a parte visível seja abatida, costuma voltar a brotar. Não é caso para dizer que o amor sejam bom e a paixão má. No jardim do bem-querer, os dois sentimentos são igualmente bem-vindos. Não raro, conseguem até complementar-se. A diferença é que o amor, a exemplo da árvore frondosa, é muitíssimo mais forte. Dura muito mais. in O fundador - Aydano Roriz

quarta-feira, abril 19, 2006

Ponto de vista do dia...

"O pior que pode suceder a uma colectividade nacional é deixar-se embalar pelas suas grandezas e perder a memória das suas misérias." Vital Moreira in http://www.causa-nossa.blogspot.com/

terça-feira, abril 11, 2006

No meu regresso à praia encontrei este texto...

"A vida, qual barquinho a navegar, é uma coisa estranha e ao mesmo tempo fantástica. Lá vamos nós no tal barquinho a seguir um rumo e de repente levanta-se um vento, mudam as marés e lá vamos nós na direcção oposta à que tínhamos quando zarpamos. Por vezes vamos ao sabor do vento, outras encalhamos, outras ainda pensamos que não somos marinheiros suficientemente bons para a maré que nos empurra, mas normalmente pensamos que somos exímios marinheiros e remamos contra a corrente, contra os ventos e vêmo-nos no meio da tormenta, naufragamos... Mas lá agarramos a bóia com todas as forças, subimos ao barquito, olhamos para as estrelas e continuamos a nossa viagem.Na maior parte da minha vida largo o porto com um destino preciso, mas a meio da viagem vejo-me a ir ao sabor do vento e sujeito às intempéries ou a remar contra a maré, mas tenho conseguido encontrar um porto de abrigo algumas vezes com o auxílio de alguns faróis que vou encontrando no caminho. E são estes faróis que na noite escura e chuvosa nos indicam o caminho que fazem a viagem valer a pena. Ao entrarmos naquela enseada sabemos que sem aquele raio de luz ninguém sobrevive sozinho no mar. A viagem continua!!"

quarta-feira, março 08, 2006

Ponto de vista do dia...

(Não é verdade que um raciocínio é um veículo descontrolado, correndo desenfreadamente de lugar em lugar, mais perigoso do que a minha própria carruagem descarrilada?) Anita Shreve in Tudo o que ele sempre quis

Ponto de vista do dia...

(Não é verdade que um raciocínio é um veículo descontrolado, correndo desenfreadamente de lugar em lugar, mais perigoso do que a minha própria carruagem descarrilada?) Anita Shreve in Tudo o que ele sempre quis

terça-feira, março 07, 2006

Ponto de vista do dia...

(Não posso, porém, deixar de me interrogar se não inventaremos o nosso próprio destino, se não trocaremos a nossa própria sorte, de acordo com as circunstâncias que vivemos. Até que ponto será o amor um truque da mente, um mero número de acrobacia verbal, para encaixar pessoas que se nos atravessam no caminho e que satisfazem as nossas necessidades num determinado momento? Nunca conheci a resposta a este enigma nem acho, aliás, possível determinar tal resposta pois, em qualquer dos casos, os efeitos físicos são igualmente profundos a ponto de turvar qualquer distinção entre o simplesmente conveniente e o verdadeiramente decretado.) Anita Shreve in Tudo o que ele sempre quis

segunda-feira, março 06, 2006

Ponto de vista do dia...

"Quando era um jovem aprendiz, as palavras do mestre pareciam-lhe sentimentais. Porque queres afinar um piano?, perguntava o velho. Porque tenho boas mãos e gsoto de música, tinha respondido o rapaz, suscitando risos no seu professor, É por isso? que mais?, replicou o rapaz. Mais? E o homem erguia um copo e sorria. Não sabes, perguntou, que em todos os pianos se esconde uma canção? O rapaz abanou a cabeça. Apenas a resmunguice de um velho, talvez, Mas, sabes, o movimento dos dedos de um pianista são puramente mecânicos, um vulgar conjunto de músculos e tendões que apenas conhecem algumas regras básicas de andamento e ritmo. Devemos afinar pianos, disse ele, para que coisas tão banais como músculos, tendões, teclas, arame e amdeira se possam transformar em música. e como se chama a canção que se esconde neste velho piano?, tinha perguntado o rapaz, apontando para um piano vertical poeirento. Canção, rasponde o homem, Não tem nome, Apenas Canção. E o rapaz tinha-se rido porque nunca tinha ouvido uma canção sem nome e o velho riu-se porque estava bêbado e feliz." Daniel Mason in O afinador de pianos
Dedicado ao único afinador de pianos que conheço: Daniel Pinheiro

domingo, março 05, 2006

Ponto de vista do dia...

"(...) ser necessário não era o mesmo que ser aceite." Daniel Mason in O afinador de pianos

sábado, março 04, 2006

Ponto de vista do dia...

"Branco. Como uma folha de papel limpa, como marfim por talhar, tudo é branco quando começa a história." Daniel Mason in O afinador de pianos

sexta-feira, março 03, 2006

Ponto de vista do dia...

"O contacto físico compensa a inépcia do discurso." Daniel Mason in O afinador de pianos

quinta-feira, março 02, 2006

Ponto de vista do dia...

"Edgar guarda tão poucos segredos que aqueles que guarda se transformam em mentiras." Daniel Mason in O afinador de pianos

quarta-feira, março 01, 2006

Ponto de vista do dia...

"Os talismãs mais potentes, ter-lhe-iam dito, são os herdados e com esses talismãs também se herda a sorte." Daniel Mason in O afinador de pianos

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Ponto de vista do dia...

"As ilhas são diferentes. E quanto mais pequena for a ilha, masi isto é verdade. (...) Tantas contradições. E todas elas marchando juntas como manifestações embriagadas que ainda não perceberam que a principal causa de protesto são elas próprias. As ilhas são pioneiras, grupos dissidentes, descontentes, perixes fora de água, isolacionistas naturais. Como já disses, diferentes." Joanne Harris in A praia roubada

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Ponto de vista do dia...

"A casa é o lugar donde não se pode fugir, o lugar-íman para onde roda a bússula do coração." Joanne Harris in A praia roubada

domingo, fevereiro 26, 2006

Ponto de vista do dia...

"Tudo retorna. (...) A Sôfrega é tão paciente quanto voraz e para os que, como eu, não têm masi nenhuma âncora que nos prenda, o regresso parece inevitável." Joanne Harris in A praia roubada

sábado, fevereiro 25, 2006

Ponto de vista do dia...

"Nada é seguro quando se vive numa ilha. tudo muda. Nada está ancorado. A casa, o lugar onde tudo retorna: mensagens em garrafas, barcos de brinquedo, trazidas pelas águas. tudo finalemnte restituído àquele areal desolado e inclemente, reduzido a polpa e enterrado nas dunas que avançam lentamente, tudo esquecido, tudo abandonado." Joanne Harris in A praia roubada

Ponto de vista do dia...

"A sorte é como um pêndulo que oscila lentamente durante décadas, trazendo o inevitável na sua sombra." Joanne Harris in A praia roubada

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Ponto de vista do dia...

"Ao fim e ao cabo, a areia não é uma metáfora da permanência. Tudo o que se escreve na areia evola-se num ápice e os castelos construídos com amor são arrasados. A areia é obstinada e evasiva. Consegue polir a rocha e tragar muralhas sob as dunas." Joanne Harris in A praia roubada

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Ponto de vista do dia...

"Os desertores são recebidos de braços abertos mas com os bolsos fechados, dado que é sabido que aquilo que volta nem sempre fica." Joanne Harris in A praia roubada

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Ponto de vista do dia...

"Era sedutor: a ordem depois do caos. É um truque vulgar, esse encanto displicente; como o breve reflexo da luz do sol na água que capta o olhar, apenas por um instante, mas o suficiente às vezes para desviar a atenção, de forma fatal, dos rochedos à nossa frente." Joanne Harris in A praia roubada

domingo, fevereiro 12, 2006

Ponto de vista do dia...

"(...) sempre me andou dando tormento esta mesma questão sobre Deus e Alá, pois se um e Outro não querem mais que dar pena ou glória a todos os homens conforme seus merecimentos em vida, razões não sei quais possam ser as de um e Outro, que são de assim ditar leis tão diversas com igual propósito." Pedro Canais in A lenda de Martim Regos

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Momento - Pedro Abrunhosa

Uma espécie de céu
Um pedaço de mar
Uma mão que doeu
Um dia devagar
Um Domingo perfeito
Uma toalha no chão
Um caminho cansado
Um traço de avião
Uma sombra sozinha
Uma luz inquieta
Um desvio na rua
Uma voz de poeta
Uma garrafa vazia
Um cinzeiro apagado
Um hotel na esquina
Um sono acordado
Um secreto adeus
Um café a fechar
Um aviso na porta
Um bilhete no ar
Uma praça aberta
Uma rua perdida
Uma noite encantada
Para o resto da vida
Pedes-me um momento!
Agarras as palavras!
Escondes-te no tempo
porque o tempo tem asas!
Levas a cidade solta no cabelo!
Perdes-te comigo...
porque o mundo é o momento!
Uma estrada infinita
Um anuncio discreto
Uma curva fechada
Um poema deserto
Uma cidade distante
Um vestido molhado
Uma chuva divina
Um desejo apertado
Uma noite esquecida
Uma praia qualquer
Um suspiro escondido
Numa pele de mulher
Um encontro em segredo
Uma duna ancorada
Dois corpos despidos
Abraçados no nada
Uma estrela cadente
Um olhar que se afasta
Um choro escondido
Quando um beijo não basta
Um semáforo aberto
Um adeus para sempre
Uma ferida que dói
Não por fora, por dentro

domingo, dezembro 25, 2005

Na terra dos sonhos - Jorge Palma

Andava eu sem ter onde cair vivo
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Andava eu sózinho a tremer de frio
Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher
Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção
E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto sequer
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar

sábado, dezembro 10, 2005

Ponto de vista do dia...

"(...) forçar o inimigo a bater-se em duas frentes. Quando um candidato possuía informações negativas acerca de um adversário, optava muitas vezes por esperar, até obter uma segunda informação, tornando ambas públicas num mesmo momento. Um ataque duplo era sempre mais eficaz que uma única investida, sobretudo quando compreendia aspectos separados da sua campanha - o primeiro contra a sua política, o segundo contra o seu carácter. A refutação de um ataque político requeria lógica, enquanto a refutação de um ataque ao carácter exigia paixão; disputar ambas em simultâneo era um jogo de equilíbrio quase impossível." Dan Brown in A conspiração

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Ponto de vista do dia...

"Quando um poderoso cai, os amigos querem que caia o mais baixo possível, esquecendo-se que, com ele, todos acabam por cair, um dia." José Braga Gonçalves in O Maçon de Viena

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Ponto de vista do dia...

"Ora aí está uma maneira interessante de conhecer a história de um país", comentou o rabino com um sorriso, "Através das más decisões." "Pequenas causas, grandes efeitos", observou Tomás. José Rodrigues dos Santos in O Codex 632

quarta-feira, dezembro 07, 2005

A vida não chega...

Dois lírios sobre a mesa
Uma janela aberta sobre o mar
Trago em mim a certeza
De quem espera p'lo teu voltar

Um cheirinho a café
Fotografias caídas pelo chão
E no ar uma canção
Traz-me uma recordação

Tenho um poema escrito
Guardado num lugar perto do mar
Tenho o olhar no infinito
E suspiro devagar

O tempo aqui parou
Desde que te foste embora
Só a saudade ficou
Já não aguento tanta demora

Tenho tanto por dizer
Tanto por te contar
Que a vida não chega
Tenho o céu e tenho o mar
E tanto para te dar
Que a vida não chega

Tenho tanto por te dizer
Tanto por te contar
Que a vida não chega
Tenho o céu e tenho o mar
E sei que vou te amar
Para a eternidade...

Letra e Música: Viviane - Amores imperfeitos

Ponto de vista do dia...

"E dito isto que está dito, mais não digo, pois creio que mais não há para dizer." Pedro Canais in A Lenda de Martim Regos

terça-feira, dezembro 06, 2005

Ponto de vista do dia...

"E com quanto todos queiram em todas as coisas tudo fazer mui concertadamente e em grande preceito, o mais que tenho por certo é que na própria merda, em bem buscando, hão-de encontrar os homens causa de grande veneração." Pedro Canais in A Lenda de Martim Regos

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Ponto de vista do dia...

"Diferenças não há ao nascer maiores que são estas. Porém, nascem as diferenças entre os homens ao correr de suas vidas, e nascidos que são das ditas diferenças entre si, todos querem então que suas diferenças sejam as mais certas coisas que há no mundo, fazendo então a guerra e matando e esfolando quanto podem (...)" Pedro Canais in A Lenda de Martim Regos

domingo, dezembro 04, 2005

Ponto de vista do dia...

"Que te lembre sempre a ti, que todo o saber é contrário à virtude." Pedro Canais in A lenda de Martim Regos

sábado, dezembro 03, 2005

Ponto de vista do dia...

"Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos, sem memória não existimos, sem responsabilidade não mereceríamos existir." José Saramago in Folhas políticas

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Ponto de vista do dia...

"Há pessoas que morrem e, com todo o respeito, não se perde nada com isso. Mas ele era uma daquelas pessoas que, quando deixam de estar presentes, se sente. Como se o mundo inteiro se tornasse, de um dia para o outro, um pouco mais pesado. Se calhar este plante, e tudo o mais, aguenta-se no ar só porque existem muitos Bartleboom, pelo mundo, que se encarregam de o manter suspenso. Com a sua leveza. Sem terem rosto de heróis, no entanto, seguram o barco. São feitos assim." Alessandro Baricca in Oceano mar

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Ponto de vista do dia...

"Diz que escrever a alguém é a única forma de esperar sem se magorar." Alessandro Baricca in Oceano mar

quarta-feira, novembro 30, 2005

Ponto de vista do dia...

"Aquilo que eu sou, já aconteceu: e aqui, e agora, vive em mim como um passo numa pegada, como um som num eco, e como um enigma na sua resposta. Não morre, isso não. Desliza para o outro lado da vida. Com uma leveza que parece uma dança. É uma forma de tudo perder, para tudo encontrar." Alessandro Baricca in Oceano Mar

terça-feira, novembro 29, 2005

Ponto de vista do dia...

"Este é um lugar onde nos despedimos de nós próprios. O que somos, desliza sobre nós, aos poucos. E deixamo-lo para trás, passo após passo, nesta costa que não conhece tempo e vive um único dia, sempre o mesmo. O presente desaparece e nós tornamo-nos memória. Despimo-nos de tudo, medos, sentimentos, desejos - guardamo-los, como vestido velhos, no roupeiro de uma sabedoria desconhecida, e de uma paz inesperada." Alessandro Baricca in Oceano Mar

segunda-feira, novembro 28, 2005

Ponto de vista do dia...

"Amei-te porque o desejo de ti era mais forte do que qualquer felicidade. E sabia que afinal a vida não é bastante grande para manter unida tudo aquilo que o desejo consegue imaginar." Alessandro Baricca in Oceano Mar

domingo, novembro 27, 2005

Ponto de vista do dia...

"Como vedes, não é que eu não tenha as ideias claras, tenho-as muito claras mas apenas até certo ponto da questão. Sei perfeitamente qual é a pergunta. O que me falta é a resposta." Alessandro Baricca in Oceano Mar

sábado, novembro 26, 2005

Ponto de vista do dia...

"(...) aprendeu que de entre todas as vidas possíveis, é preciso ancorar-se a uma para poder contemplar, serenamente, todas as outras." Alessandro Baricca in Oceano Mar

sexta-feira, novembro 25, 2005

Ponto de vista do dia...

"(...) pois é sempre preciso semear atrás de si um pretexto para voltar, quando se parte. Nunca se sabe." Alessandro Baricca in Oceano Mar

quinta-feira, novembro 24, 2005

Ponto de vista do dia...

"(...) quem diria que ao beijar os olhos de um homem se pudesse ver tão longe - que ao acariciar as pernas de uma rapariguinha se pudesse correr tão rápido e fugir - fugir de tudo - ver ao longe - vinham dos dois extremos mais afastados da vida, isso é espantoso, ao ponto de pensar que nunca se aflorariam, a não ser que atravessassem o universo inteiro, pelo contrário, nem tinham precisado de se procurar, isso é incrível, e o difícil fora apenas reconhecerem-se, reconhecerem-se, coisa de um instante, ao primeiro olhar já o sabiam, isso é maravilhoso - isso continuariam a contar, para sempre, nas terras de Carewall, para que ninguém se esqueça de que nunca estamos longe demais para nos encontrarmos, nunca - longe demais - para nos encontrarmos - estavam, aqueles dois, longe mais do que ninguém (...)" Alessandro Baricca in Oceano Mar

quarta-feira, novembro 23, 2005

Ponto de vista do dia...

"Sensação maravilhosa. De quando o destino finalmente se abre, e se torna caminho distinto, e pegada inequívoca, e direcção certa. O tempo interminável do aproximar. Aquele avizinhar-se. o desejo seria que nunca acabasse. O gesto de se entregar ao destino. Isso é uma emoção. Sem mais dilemas, sem mais mentiras. Saber onde. E alcançá-lo. Qualquer que seja, o destino." Alessandro Baricca in Oceano Mar

Ponto de vista do dia...

"Virou-se e lentamente voltou para trás. Já não havia vento, já não havia noite, já não havia mar, para ela. Andava, e sabia para onde ir. Apenas isso." Alessandro Baricca in Oceano Mar

terça-feira, novembro 22, 2005

Ponto de vista do dia...

"Foi isto que me ensinou o ventre do mar. Que quem viu a verdade ficará para sempre inconsolável. E que realmente salvo é apenas quem nunca esteve em perigo. (...) E aquilo que vimos ficará nos nossos olhos, aquilo que fizemos ficará nas nossas mãos, aquilo que sentimos ficará na nossa alma." Alessandro Baricca in Oceano Mar

segunda-feira, novembro 21, 2005

Ponto de vista do dia...

"Eu não sei. Se tivesse uma vida à minha frente - eu que estou prestes a morrer- passá-la-ia a contar esta história, sem nunca parar, mil vezes, para perceber o que significa que a verdade se concede apenas ao horror, e que para a alcançar tivemos que passar por este inferno, para a ver tivemos que nos destruir um ao outro, para a ter tivemos que nos tornar feras, para a desentacar tivemos que nos quebrar de dor. E para sermos verdaeiros tivemos que morrer. Porquê? Porque é que as coisas se tornam verdadeiras só nas garras do desespero? Quem foi que revirou o mundo de tal forma que a verdade tem que estar no lado escuro, e o inconfessável pântano de uma humanidade rejeitada é a única coisa a não ser mentira? E finalmente: que verdade é esta que cheira a cadáver, e nasce no sangue, se alimenta de dor, e vive onde o homem é humilhado, e triunfa onde o homem apodrece? É a verdade de quem? É uma verdade para nós?" Alessandro Baricca in Oceano Mar

domingo, novembro 20, 2005

Ponto de vista do dia...

"E pensava: eu não vou parar aqui. É até dentro do mar que quero chegar. Pois se houver algo verdadeiro neste mundo, está lá. (...) Vi infinitas coisas que da costa são invisíveis. Vi o que é realmente é o desejo, e o que é o medo. Vi homens a desfazerem-se e transformarem-se em crianças. E depois mudarem de novo e tornarem-se feras. Vi sonhar sonhos maravilhosos, e escutei as histórias mais bonitas da minha vida, contadas por homens comuns, um instante antes de se atirarem ao mar e desaparecerem para sempre. Li no céu sinais que não conhecia e fitei o horizonte com olhos que não pensava ter. O que é o ódio, a sério, percebio-o (...) E o que é piedade (...) Vi a ferocidade (...) vi a doçura (...) vi a inteligência (...) e vi a loucura, naqueles dois homens que um dia de manhã abriram asas e voaram para longe, no céu. (...) Levei anos a descer até ao fundo do ventre do mar: mas o que procurava, encontrei-o. As coisas verdadeiras. Até aquela, de todas, mais insuportável e atrozmente verdadeira. É um espelho, este mar. Aqui, no seu ventre, vi-me a mim próprio. Vi mesmo." Alessandro Baricca in Oceano Mar

sábado, novembro 19, 2005

Ponto de vista do dia...

"A única pessoa que realmente me ensinou alguma coisa, um velho que se chamava Darrell, dizia sempre que existem três tipos de homens: os que vivem diante do mar, os que se aventuram mar adentro, e os que do mar conseguem voltar, vivos. E dizia: vais ver que surpresa quando descobrires quais são os mais felizes." Alessandro Baricca in Oceano Mar

sexta-feira, novembro 18, 2005

Ponto de vista do dia...

"Não há inteligência e não há coragem que possam mudar um destino." Alessandro Baricca in Oceano Mar

quinta-feira, novembro 17, 2005

Ponto de vista do dia...

"Sabes o que é bonito, aqui? Repara: nós caminhamos, deixamos todas estas pegadas na areia, e elas ficam por aqui, precisas, ordenadas. Mas amanhã, vais levantar-te, vais olhar para esta grande praia e já não estará aqui nada, uma pegada, um sinal qualquer, nada. O mar apaga, à noite. a maré"

quarta-feira, novembro 16, 2005

Ponto de vista do dia...

Fonte
"O mar encanta, o mar mata, comove, assusta, faz até rir, às vezes, desaparece, de vez em quando, disfarça-se de lago, ou então constrói tempestades, devora navios, oferece riquezas, não dá respsotas, é sábio, é doce, é poderoso, é imprevisível. Mas acima de tudo: o mar chama." Alessandro Baricca in Oceano Mar

terça-feira, novembro 15, 2005

Ponto de vista do dia...

Fonte
"Sabes o que é bonito, aqui? Repara: nós caminhamos, deixamos todas estas pegadas na areia, e elas ficam aqui, precisas, ordenadas. Mas amanhã, vais levantar-te, vais olhar para esta grande praia e já não estará aqui nada, uma pegada, um sinal qualquer, nada. O mar apaga tudo, à noite. A maré esconde. É como se nós nunca tivéssemos existido. Se há um lugar, no mundo, onde podemos pensar que não somos nada, esse lugar é aqui. Já não é terra, ainda não é mar. Não é vida falsa, não é vida verdadeira. É tempo. Tempo que passa. Apenas isso. " Alessandro Baricca in Oceano Mar

segunda-feira, novembro 14, 2005

Ponto de vista do dia...

"Mas percebi tarde demais para que lado era preciso ir: para o lado dos desejos. Esperamos que sejam outras as coisas que nos salvam: o dever, a honestidade, sermos bons, sermos justos. Nada disso, são os desejos que nos salvam. são a única cosia verdadeira. Estando com eles, salvamo-nos. Mas era demasiado tarde quando eprcebi. Se lhe dermos tempo, a vida dá umas voltas estranhas, inexoráveis: então apercebemo-nos de ter chegado a um ponto tal que já não podemos desejar algo sem nos magoarmos. É então que tudo se baralha, não há maneira de escapar, quanto mais nos agitamos, mais a rede se embrulha, quanto mais nos revoltamos, mais nos ferimos." Alessandro Baricca in Oceano Mar

domingo, novembro 13, 2005

Ponto de vista do dia...

"Aliás a vida não corre bem como imaginamos. Segue o seu caminho. E nós o nosso. E não é o mesmo caminho. Assim..." Alessandro Baricca in Oceano Mar

sábado, novembro 12, 2005

Ponto de vista do dia...

"Não o apagamos, o mar, quando arde na noite." Alessandro Baricca in Oceano Mar

sexta-feira, novembro 11, 2005

Ponto de vista do dia...

"(...) irmãos os dois na implícita recusa do real e na escolha daquela fuga área, e unidos, naquele momento, pelo facto de serem imagens simultaneamente pousadas na retina e ans memórias de dois homens que já nada poderia separar e que, precisamente àqueles dois vôos, do insecto e do veleiro, confiavam no mesmo instante a mesma perturbação devida ao sabor áspero do fim e à descoberta desconcertante de como é silencioso o destino quando, de repente, explode." Alessandro Baricca in Oceano Mar

quinta-feira, novembro 10, 2005

Ponto de vista do dia...

"(...) todos contam aquela viagem. Cada um à sua maneira. Todos sem nunca a terem visto. Mas não importa. Nunca deixarão de a contar. Para que ninguém possa esquecer o quanto seria bom se, por cada mar que nos espera, houvesse um rio, para nós. E alguém - um pai, um amor, alguém - capaz de pegar na nossa mão e de encontrar esse rio - imaginá-lo, inventá-lo - e na sua corrente pousar-nos, com a leveza de uma única palavra, adeus. Sem dúvida, seria maravilhoso. Seria doce, a vida, qualquer vida. E as coisas não magoariam, mas aproximar-se-iam trazidas pela corrente, poder-se-ia primeiro aflorá-las depois tocá-las e só no fim deixar-se tocar. (...) Seria suficiente a fantasia de alguém - um pai, um amor, alguém. Ele saberia inventar um caminho, aqui, neste silêncio, nesta terra que não quer falar. Caminho clemente, e bonito. Um caminho daqui até ao mar." Alessandro Baricca in Oceano Mar

quarta-feira, novembro 09, 2005

Ponto de vista do dia...

Tudo podia acontecer, naquele instante. Sem dúvida existem momentos em que a omnipresente e lógica rede das sequências causais se rende, colhida de surpresa pela vida, e desce à plateia, misturando-se com o público, para deixar que no palco, sob as luzes de uma liberdade vertiginosa e súbita, uma mão invisível pesque no regaço infinito do possível e, por entre milhões de coisas, só deixe uma deixe acontecer.
Alessandro Baricco - Oceano Mar

terça-feira, novembro 08, 2005

Ponto de vista do dia...

Fonte
"(...) acha que o clima do mar entorpece as paixões, e que a visão do mar estimula o sentido ético, e que a solidão do mar me levará a esquecer (...)" Alessandro Baricco in Oceano Mar

segunda-feira, novembro 07, 2005

Sempre que comprava alguma coisa, adorava fazer isto... Cliquem e vejam o quê...

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Ponto de vista do dia...

"O mar imenso, o oceano mar, que corre infinito para além de qualquer olhar, o imenso mar omnipotente - há um lugar onde acaba, e um instante - o imenso mar, um lugar muito pequeno e um instante de nada." Alessandro Baricco in Oceano Mar

domingo, novembro 06, 2005

Ponto de vista do dia...



"(...) a luz, a luz intensa, pode cegar; a sombra e a escuridão, pelo contrário, foram feitas para elevar ao extremo a capacidade de ver apurado o sentido da visão, nunca cegaram ninguém." Julieta Monginho in À tua espera

sábado, novembro 05, 2005

Ponto de vista do dia...

"Não há nada mais prejudicial a um casamento honesto e apaziguador do que recordações impartilháveis, seguidas de esperanças." Julieta Monginho in À tua espera

sexta-feira, novembro 04, 2005

Ponto de vista do dia...

"Sobre fins e princípios só à memória compete a decisão porque só ela, que reina sobre o tempo, os liga sem os confundir. O fim desta viagem será pois o princípio de outra rota, que seguirás recordando o que andaste até aqui chegar." Julieta Monginho in À tua espera

quinta-feira, novembro 03, 2005

Ponto de vista do dia...

"Porque era preciso esquecer e não esquecer ao mesmo tempo, agir sabendo que a memória conjugada no presente seria a única fonte de sobrevivência, enfrentar o passado para impedir que o futuro fosse sugado para dentro do seu abismo tentador." Julieta Monginho in À tua espera

quarta-feira, novembro 02, 2005

Ponto de vista do dia...

Fonte

"(...) é uma das vantagens de esperar com método, de organizar a esperança, aceitam-se melhor as revelações." Julieta Monginho in À tua espera