sexta-feira, maio 06, 2005

Serenata Monumental da Queima das Fitas 2005 de Coimbra...

"Era Noite, era Coimbra e era a rua empedrada e estreita amontoada de gente. Era o silêncio e a agitação, era a ansiedade. Era o preto e era o branco. Eram as gravatas e os coletes. Eram as capas. Eram os copos e os jantares, era o espírito. Eram o bater dos saltos, eram o ecoar das vozes, eram os primeiros acordes da guitarra. Era Meia-Noite, era Coimbra e era a Serenata. Quando me colocaste a capa negra nos ombros e entre palavras emocionadas ma traçaste com solenidade senti Coimbra. Senti-te. No cheiro a feltro que escondes, na sobriedade que guardas, no brilho secreto que tens, tão linda! As águas cansadas que volves são agora os olhos negros que choram à minha frente e que não se contêm, lavam as pedras da já gasta calçada e testemunham de metro a metro mais um juramento. O juramento que faz com que todas as esquinas de uma cidade nos conduzam por ruas com gente, o juramento que faz com que ninguém se sinta perdido, o juramento que nos recebe no seio de uma praça enorme, ao som de badaladas e iluminados por candeeiros antigos. Soltam-se as capas, soltam-se os abraços e os beijos, soltam-se os flashes, soltam-se os sorrisos, soltam-se as lágrimas, soltam-se os últimos acordes e soltam-se as fitas. Solta-se tudo. E tu és agora um manto negro iluminado por luzes gastas, recebs no alto as cores daqueles que se despedem e és, agora, arco-íris em manto negro. Os segredos que escondes, as paixões que encerras e as estórias que seguras fazem com que valha sempre a pena a travessar-te, de noite ou de dia, apenas para te ouvir, para te sentir, para te respirar, para te descrever e pintar, para te viver, para te viver Coimbra."
Uma das descrições mais impressionantes e tocantes que li sobre a Serenata de Coimbra, retirado daqui

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