domingo, julho 17, 2005

Volta depressa...

Ouvi um toque de mensagem no telemóvel e nem sei bem porquê, de repente, senti um aperto no coração... Era uma mensagem tua... Dizias que estavas no aeroporto, de partida, para muito longe... Eu viajava de carro, a caminho da praia... Como ruído de fundo, as gargalhadadas do meu sobrinho, ingénuas e eufóricas... Coincidências... Ambos de viagem, mas para sítios opostos... A minha única reacção foi o alheamento total, enquanto afastava o olhar para a longa recta que se avizinhava... No horizonte, um céu de uma tonalidade de azul, por mim munca vista... Mais ao longe, umas nuvens brancas desenhavam umas figuras familiares, mas que por um qualquer motivo, não conseguia descortinar bem qual o seu sentido... Inconscientemente, fixei-me nessas nuvens e só conseguia ver o teu rosto... O brilho do teu olhar quase me cegava, embora eu teimasse sempre e não desistisse de me tentar lembrar dos teus contornos... A uma hora destas, podias estar a passar por entre uma destas nuvens que viajavam, aparentemente sem rumo, sob a minha cabeça... O que estarias a pensar dentro dessa máquina que voa tanto como os pássaros? Sem dar conta, chegámos à praia... Então, aí atingiu-me em força a intensidade da luz, o som das ondas, a brancura da espuma da água, as tonalidades de verde e azul, do mar e do céu, em todo o seu esplendor... O mar tem sempre este poderoso efeito em mim... Absorve toda a minha energia e devolve-a renovada... Sinto-me... Em paz... Só tu faltas aqui... As despedidas não são fáceis e eu nunca digo adeus, por isso, até breve... Faz boa viagem e volta depressa...

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